quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Um apagão de professores

No Dia dos Professores, o jornalista Raul Christiano inaugurou a Semana Acadêmica da UNIP/SANTOS com uma palestra cujo tema foi Uma viagem pelo Brasil sem educação. Na ocasião, segundo texto postado em seu blog, Christiano lembrou de como o Governo FHC venceu o desafio de colocar quase toda criança na escola e de como o governo Lula somente agora começou a se preocupar com o desafio da melhoria da qualidade de ensino, como se algum outro já o tivesse feito. Mostrou-se preocupado com a expectativa da sociedade que quer escolas públicas de qualidade, o que passaria pela preparação dos professores para dar aulas e burilar as pedras brutas de todas as origens.

Há reparos, porém, a serem feitos à manifestação do jornalista. Acredito que realmente a escola é direito de todas as crianças, mas entendo que questões sociais não resolvidas pelos governos FHC e Lula acabaram por despejar na rede pública de ensino um cem números de crianças que não têm nenhum tipo de conscientização da importância do estudo.

O que os governantes fazem, na verdade, é deixar para os professores a árdua tarefa de suprir as carências dos educandos em todos os sentidos, que as tornam refratárias ao aprendizado escolar. O quadro então que parece não ser observado pelas autoridades é o de professores pessimamente remunerados, sem recursos pedagógicos, sem respaldo das famílias dos estudantes e da legislação, que até são vítimas de hostilidades, agressões verbais ou mesmo físicas durante as aulas. Esses professores acabam por ser responsabilizados pelo descalabro reinante na maior parte das escolas públicas do país.

É com os professores, portanto, que a problemática da educação deve ser discutida caso haja realmente por parte do poder público vontade para resolvê-la.

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